A anatomia do estado já foi muito
bem analisada por Murray Rothbard e
basicamente é constituída por seu modus
operandi coercivo em diversos níveis e garantida pelo apoio da maioria de
seus súditos. Pensando no longo prazo, fica claro que o controle dos meios
intelectuais é de extrema importância para a garantia quase que eterna dessa
instituição.
Para os esclarecidos nesse tema,
é de conhecimento comum que a manipulação de indivíduos e grandes grupos se dão,
principalmente, pelo controle da educação e pela distorcida versão oficial da
história [1]. A estrutura estatal pode variar de acordo com o tempo e demonstrar-se
mais ou menos liberal do ponto de vista econômico ou social, mas a agenda sugerida
pelos que detêm o poder pode facilmente se manter obscura. Interesses
particulares podem, tranquilamente, se destacar frente a objetivos que são
tidos como oficiais.
Acho bem improvável que algum
libertário vá discordar que o estado dispõe de inúmeras ferramentas que podem (com
a maior facilidade) gerar benefício e satisfação para indivíduos que façam
parte do jogo, tanto burocratas como corporativistas. E por mais improvável que
pareça, quando se sugere que estados são capazes de fazer o que quer que seja
para preservação e implementação de sua agenda, o pronto descrédito é lançado
junto com o termo ‘teoria da conspiração’. Imagino que muitos devam falar assim
como estatistas desferindo o repudio ao ‘reacionário’: sem nenhum critério e
análise.
Devemos admitir que mesmo com a
revolução digital e as infinitas fontes de conhecimento e informação que ela
trouxe e uma melhor possibilidade de estabelecimento de nichos (tanto
intelectual quanto comercial), o estado ainda tem vasto apoio e parece muito
longe de ter seus dias contatos. Mais do que ninguém, os libertários sabem da
dificuldade de estabelecer sua teoria e princípios no mainstream acadêmico e na mídia.
Não temos certeza do todos os motivadores que cercam um burocrata de “sucesso” ou um político espoliador, mas uma coisa é certa: o estado não pode deixar as coisas saírem de controle e o monopólio/oligopólio da informação é fundamental. O poder sempre teve, ao longo da história, um caráter invisível e decisões relevantes sempre foram tomadas nos bastidores pelas elites de cada época.
Não temos certeza do todos os motivadores que cercam um burocrata de “sucesso” ou um político espoliador, mas uma coisa é certa: o estado não pode deixar as coisas saírem de controle e o monopólio/oligopólio da informação é fundamental. O poder sempre teve, ao longo da história, um caráter invisível e decisões relevantes sempre foram tomadas nos bastidores pelas elites de cada época.
Nesse cenário onde o estado
encontrou na terceira via o caminho ideal para sua perpetuação, não podemos
esquecer que além do burocrata essa fórmula de “sucesso” depende do corporativista,
ser esse muitas vezes esquecido. Seja talvez pelo apreço que nós libertários
temos aos empreendedores e ao livre-mercado. Mas não deveria ser assim uma vez
que de livre, o mercado não tem nada. Portanto, empresários com altas
influências políticas tem todos os motivos para defender a preservação do status quo, seja em Brasília ou
Washington.
No ano
passado, até o New York Times chegou a publicar uma reportagem (ver aqui),
que admite o controle do governo norte-americano em informações que são
divulgadas ao grande público. O autor basicamente afirma que organizações como
Bloomberg, The Washington Post, Reuters e The New York Times consentem em
conceder entrevistas nas condições impostas por políticos.
A Rede
Globo é até foco de um documentário [2], exibido no Channel 4 do Reino Unido, onde é
exposta toda sua influência no cenário político nacional e condescendente com
políticas das últimas décadas.
Portanto, me pergunto: Qual a
lógica em defender o livre mercado e apoiar-se quase que exclusivamente em
conglomerados da mídia garantidos pelo estado, para afirmar que uma notícia é
verdadeira ou não? Qual seria o cenário em um lugar que prevalecesse o
livre-mercado da informação? E se o estado nem existisse para garantir a “veracidade”
das informações? É evidente que o mercado tem suas formas de premiar aqueles
que melhor prestam serviços à população, nesse caso a divulgações de
informações verdadeiras e pertinentes à sociedade.
Mesmo assim, seria necessária uma
análise crítica (ou simplesmente bom-senso) de cada indivíduo ao receber uma
informação e trabalhá-la como verdadeira ou falsa, relevante ou não. Acho que
essa é uma análise apriorística razoável, ao contrário da outra afirmação a priori de que versões alternativas a
casos relevantes e até então “definitivos” são naturalmente falsas.
Óbvio que existem teorias conspiratórias mentirosas e pessoas que buscam alcance e fama divulgando informações mentirosas para atrair a curiosidade do público, mas isso não impede que análises criteriosas e investigações reais sobre determinado assunto sejam verdadeiras. Afirmar que Elvis não morreu ou que o homem não foi à lua é muito diferente de afirmar que grandes corporações da mídia tem muitos interesses em comum com a classe política, por exemplo.
Óbvio que existem teorias conspiratórias mentirosas e pessoas que buscam alcance e fama divulgando informações mentirosas para atrair a curiosidade do público, mas isso não impede que análises criteriosas e investigações reais sobre determinado assunto sejam verdadeiras. Afirmar que Elvis não morreu ou que o homem não foi à lua é muito diferente de afirmar que grandes corporações da mídia tem muitos interesses em comum com a classe política, por exemplo.
Por
fim, pessoas que veem na diminuição ou extinção do estado um caminho para
liberdade e prosperidade não podem simplesmente desconsiderar uma informação
como justificativa que essa difere da versão oficial. Devemos lembrar que
virtualmente nada que o governo nos diz é verdade [3] e que antes de tudo devemos confirmar no nosso julgamento de valor, independente do que o estado e
instituições parceiras nos dizem.
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No
próximo texto, vou mostrar alguns motivos (dessa vez com mais exemplos) de
porque devemos ser menos céticos em relação a algumas teorias conspiratórias e mais
céticos em relação ao mainstream media.
[1] – São
muitos os autores predispostos a desafiar a versão oficial da história,
incluindo o libertário Tom Woods no seu “Guia politicamente incorreto da
história dos EUA” (http://www.tomwoods.com/books/the-politically-incorrect-guide-to-american-history/)
e mais recente, Leandro Narloch aqui no Brasil, com guias sobre o Brasil e a
América Latina.
[2] – “Alem
do cidadão Kane” - http://www.youtube.com/watch?v=049U7TjOjSA
Muito Além do Cidadão Kane não foi feito pela BBC, apesar da crença popular. Ele também nunca foi proibido.
ResponderExcluirRealmente não é da BBC. Conforme o IMDB (http://www.imdb.com/title/tt1356393) é do Channel 4, outra rede britanica.
ExcluirA 'fonte' da BBC, veio do link que eu deixo no rodapé, que contém a informação falsa mas é o vídeo mais visto no YouTube. Não por conta de crenças.
Por sinal não sabia que tinha essa fama de proibido, pois já vejo na internet há muito tempo. O IMBD também fala que na verdade a exibição foi atrasada 1 ano por conta de disputas relacionadas a copyright com a Rede Globo.